Entenda porque marcas de luxo como Hermès, Iris Van Herpen e Stella McCartney estão se voltando para os cogumelos como uma alternativa ecológica ao couro
Não é de hoje que a indústria da moda vem buscando alternativas ao couro e peles de animais nas criações. E o couro sintético, por exemplo, que já é amplamente utilizado por marcas ao redor do mundo parece também estar com os dias contados.
Startups de biotecnologia como a MycoWorks e a Bolt Threads têm chamado a atenção de marcas de luxo com o couro de micélio, uma opção ecologicamente correta para couro animal e sintético. Cultivado a partir da cultura de cogumelos – em menos de duas semanas -, o couro de micélio emite menos gases do efeito estufa e usa muito menos água e recursos naturais do que a criação de gado para a produção de couro animal.
Na verdade, como os fungos são decompositores e se alimentam de biomassa – por exemplo, plantas mortas – a produção de couro de micélio é literalmente alimentada pelo carbono retirado da atmosfera. E, ao contrário de muitos couros sintéticos, o couro de micélio não contém materiais à base de petróleo, como PVC e poliuretano.
Mais do que apenas uma alternativa de couro ecologicamente correto, o couro de micélio tem marcas de luxo entusiasmadas por conta também de sua notável qualidade. O toque é tão macio e flexível, que a Hermès, conhecida por manter padrões mais rigorosos com o seu couro, já está fazendo experiências com ele.
Stella McCartney, o conglomerado de luxo Kering e as gigantes de roupas esportivas Adidas e Lululemon se uniram em um consórcio para ajudar a Bolt Threads a financiar o desenvolvimento de um couro de micélio chamado Mylo. McCartney, que nas últimas duas décadas estabeleceu um alto padrão para o uso de materiais verdes, em março deste ano revelou um protótipo de um top e calças utilitárias feitas à mão com painéis Mylo.
*Informações da Harper’s BAZAAR.